“Eu quero dar um conselho A quem o quiser tomar; Quem quiser viver no Mundo Há-de de ouvir, ver e calar Com jeito se leva o mundo, De tudo o jeito é capaz, O caso é ajeitar-se o jeito Como muita gente faz.”
Vê como as aves têm, debaixo d’asa, O filho implume, no calor do ninho!... Deves amar, criança,a tua casa! Ama o calor do maternal carinho! Dentro da casa em que nasceste és tudo... Como tudo é feliz, no fim do dia, Quando voltas das aulas e do estudo! Volta, quando tu voltas, a alegria! Aqui deves entrar como num templo, Com a alma pura, e o coração sem susto: Aqui recebes da Virtude o exemplo, Aqui aprendes a ser meigo e justo. Ama esta casa! Pede a deus que a guarde, Pede a Deus que a proteja eternamente! Porque talvez, em lágrimas, mais tarde, Te vejas, triste, d’esta casa ausente... E, já homem, já velho e fatigado, Te lembrarás da casa que perdeste, E hás de chorar, lembrando o teu passado... — Ama, criança, a casa em que nasceste!
A hora em que as cortinas se fecham lentamente, A noite vai descendo silenciosamente. Fecho os olhos e durmo em meu quentinho leito, Sonho por mil mundos e passeio satisfeito. Ainda ontem, bem me lembro, entrei numa cidade, Que cidade linda, é Pena não ser verdade. As ruas todas eram de pão-de-ló, as calçadas de rapadura, As casas e os muros de queijada. O chocolate andava de carro pelas praças Eram de açucar candir os vidro das vidraças. Nem uma chave havia nas portas dos armários. Brincavam de peixes rubros nas escadas dos aquários. A catedral enorme era de goiabada, Com um sino e duas torres, todos de marmelada. Um chafariz de bolo inglês vertia mel, borgonha e mal-vazio, champanhe e mosquetel As árvores do passeio cresciam bobomcados Pastéis, nata, figo e maçãs queimadas. Empadas descobertas serviam de canteiros, ...
Quando passa a tempestade, aparece um lindo arco-íris (José Noé de Abreu Cavalcante) O vento sopra, Contorce as árvores, Os pássaros param de gorjear, Esperando que passe a grande tempestade. Após o meio dia pássaros e aves faziam a festa nas copas das árvores, Os cabritos brincavam nos terrenos das casas. Quando, menos se esperava, uma nuvem escura cobre os céus, E o mundo escurece parecendo noite. A ventania tão forte, que contorcia as árvores, E assobiava nas cumeeiras das casas, derrubando suas telhas. Os Relâmpagos, com seus raios luminosos em todas as direções. Os Trovões, ensurdecedores transformavam a tempestade em um grande pesadelo. Os pássaros silenciaram e os animais procuravam abrigo. As senhoras abriram seus oratórios, apanharam seus rosários e se prostraram de joelhos a rezar pedindo proteção aos céus. A enxurrada abria valas de monte abaixo, O ronco das correntezas torna-...
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